A Corsan entregou, na tarde desta quarta-feira, 4, a nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em Não-Me-Toque. Localizada na ERS-451, saída para São José do Centro, próximo a Fazenda Mata Boa, a obra recebeu um investimento que soma aproximadamente R$ 1,5 milhões.
A nova ETE tem capacidade de vazão de 360 litros de esgoto por hora e faz parte do projeto de implantação do sistema de esgotamento sanitário que vai beneficiar toda a população do município. Segundo o gerente de relações institucionais da Corsan, Felipe Trindade, a iniciativa reforça o compromisso da Companhia em garantir saúde e qualidade de vida à população. “São ações que reafirmam nosso compromisso com a comunidade e o desenvolvimento sustentável dos municípios.”, destaca.
O prefeito municipal de Não Me Toque, Gilson Santos, considerou a entrega da ETE um marco para a cidade. “Este é o primeiro passo para o avanço no esgotamento sanitário. Investimento em esgoto é saúde e qualidade de vida para a nossa população. A coleta e o tratamento de esgoto é de interesse comum e a administração municipal vai dar todas as condições possíveis para que essas obras aconteçam” afirmou.
Entenda como funciona a ETE
O tratamento de esgoto na ETE de Não-Me-Toque segue um processo sequencial que visa a remoção de poluentes e a destinação adequada dos resíduos líquidos e sólidos. O procedimento tem início com a descarga dos caminhões limpa-fossa na Estação de Tratamento. Esse ponto inicial permite o descarregamento seguro do material das fossas sépticas da região.
Após essa etapa, o fluído é direcionado ao tanque de homogeneização, onde ocorrem processos químicos para preparar as próximas etapas de tratamento. “Aqui acrescentamos uma dosagem de hidróxido de cálcio controlada para ajustar o pH do esgoto. Esta correção, favorece a precipitação de materiais em suspensão, reduz odores, ajuda na estabilização do material orgânico e melhora o desempenho das etapas subsequentes do tratamento”, explica o engenheiro responsável pela obra, Adriano Palhares.
Na sequência, o efluente segue para os leitos de secagem, estruturas que funcionam como filtros naturais. Nesses leitos, ocorre a separação das partículas sólidas do líquido. O material sólido fica retido na superfície do leito, enquanto o líquido infiltra, seguindo para a próxima fase do tratamento.
A parte líquida é encaminhada para os biodigestores, que desempenham um papel essencial na decomposição da matéria orgânica presente no esgoto. “Os biodigestores são unidades fechadas onde ocorre a digestão anaeróbia, um processo biológico em que microrganismos degradam a matéria orgânica sem a presença de oxigênio. Como resultado, ocorre a redução da carga orgânica, a estabilização do lodo e a produção de biogás (principalmente metano e gás carbônico), que pode ser aproveitado como fonte de energia”, acrescenta o engenheiro Rubens Felício.
Por fim, o efluente tratado é conduzido por meio do emissário final até o corpo receptor. Nessa etapa, o efluente já apresenta características dentro dos parâmetros exigidos pelas normas ambientais. Esse processo garante que os resíduos gerados pelo município sejam tratados de forma eficiente, promovendo a saúde pública e a preservação dos recursos hídricos locais.