A Corsan apresentou nesta terça-feira (22), em teleconferência para analistas, investidores e jornalistas, os resultados financeiros obtidos no 4º trimestre de 2021. Na mesma data, a Companhia divulgou números consolidados para todo o ano passado, por meio de Relatório de Administração e Sustentabilidade alinhado às melhores práticas internacionais de relato, empregando o padrão GRI (Global Reporting Initiative) e indicadores SASB (Sustainability Accounting Standards Board).
O diretor-presidente da Corsan, Roberto Barbuti, destacou na teleconferência a importância do ano de 2021 para a Corsan. “Foi um ano marcado pela evolução e pela necessária transformação, num processo que iniciou em março, quando o Governo do Estado anunciou a intenção de privatizar a Companhia, e culminou em dezembro, com o registro da oferta pública de ações junto à CVM”. O gestor ressaltou que a empresa tem trabalhado para se adaptar às exigências do novo legal do saneamento e que, nesse sentido, a Agergs, agência que regula a maioria dos contratos da Corsan com os municípios atendidos, reconheceu a capacidade econômico-financeira da empresa.
Para o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Douglas Casagrande, o cenário macroeconômico internacional, o contexto pandêmico e a severa estiagem que atinge o Estado aumentaram ainda mais os desafios da Companhia. O dirigente ressaltou que “o reconhecimento da capacidade econômico-financeira da empresa passa pelo sucesso do IPO, uma vez que a Corsan estatal não é sustentável sob o ponto de vista de conseguir levar saneamento à população. Apesar de termos um recorde de investimentos, ainda são valores muito aquém dos necessários para atingirmos a universalização dentro dos prazos legais”.
Ao longo de 2021, a Corsan passou por um longo processo educacional e de planejamento, culminando na transformação interna que servirá de base para cumprir e capturar oportunidades oferecidas pelo Novo Marco do Saneamento Básico no Brasil.
“Encerramos o ano convictos de termos conseguido entregar importantes resultados em linha com o propósito da Corsan ‘Evoluir nos define’, mesmo num cenário ainda conturbado em razão da persistente pandemia do novo coronavírus”, disse Barbuti. “Afirmamos nossas metas de universalização de tratamento de água, 99%, e de coleta e tratamento de esgoto, 90%, até 2033, além da redução de perdas físicas de água e melhoria da qualidade de serviço”.
“Obtivemos desempenho consistente e focado na adoção de medidas para preparar a Companhia para uma nova fase de sua história”, comentou o diretor Douglas Casagrande. “Nossa carteira de contratos tem longa duração, com prazo médio, ponderado por faturamento, de 29,7 anos”.
“No campo Ambiental, Social e de Governança (“ESG”), nossa visão é pautada pelo desenvolvimento social e conservação do meio ambiente. Queremos contribuir para a limpeza dos mananciais do Estado do Rio Grande do Sul, devolvendo à natureza uma água mais pura do que aquela captada. Estabelecemos metas de sustentabilidade apoiadas na universalização do acesso e no impacto sobre as comunidades em que atuamos, além de esforços na educação ambiental para gerar um ambiente saudável para as futuras gerações”, completou Barbuti.
O grande desafio da Corsan para 2022 é concretizar seu processo de desestatização, assegurando recursos para seguir com o ambicioso plano de investimentos de mais de R$ 11,6 bilhões nos próximos 12 anos, para cumprimento das metas estabelecidas no Novo Marco do Saneamento Básico.
Confira abaixo alguns destaques da divulgação desta terça-feira (22). A informação completa, incluindo earnings release do 4T21, as demonstrações financeiras auditadas do exercício de 2021, e o Relatório Anual de Administração e Sustentabilidade, pode ser acessada no site investidores.corsan.com.br.
Destaques dos Resultados de 2021:
– Receita líquida (excluídas receitas de construção) recorde de R$3,1 bilhões no ano 2021, representando 8,3% de crescimento anual médio composto desde 2018;
– EBITDA Ajustado de R$827 milhões em 2021, com margem EBITDA Ajustado de 26,7%;
– Lucro Líquido de R$ 350,5 milhões em 2021, com margem líquida de10,3%;
– 3.038 mil economias de água e 534 mil economias de esgoto atendidas no Rio Grande do Sul; + 1,7% em água e + 9,6% em coleta e tratamento de esgoto vs 2020;
– Investimentos de R$480 milhões em 2021 em prol da sociedade gaúcha; meta de universalização requer + R$11,6 bilhões em investimentos até 2033;
– Evolução no processo de desestatização e preparação da Companhia para listar suas ações em bolsa de valores;
– R$1 bilhão em captações sustentáveis com IFC – International Finance Corporation (“Utilities for Climate – U4C”) e com debêntures;
– Publicado o Relatório de Administração e Sustentabilidade 2021, com destaque para a adesão aos indicadores SASB e normas GRI.
– Homologação de índices de reajuste tarifários na ordem de 5% a 12,19%, sendo o último referente à Agergs (principal agência reguladora de saneamento no Estado do Rio Grande do Sul);
– Alavancagem Total, medida pela Dívida Líquida e Outras Dívidas/EBITDA Últimos 12 Meses, de 2,07x em 31/12/21 ante 2,36x em 31/12/20. Ao final de 2021, 89% da dívida da Companhia tinha perfil de Longo Prazo.