A Corsan realizou, nesta quinta-feira, 2, a formatura da primeira turma do Projeto Pé no Chão, uma iniciativa pioneira da Academia Aegea, em parceria com o Senai-RS, para capacitar profissionais na atividade de calceteiros – especialistas em pavimentação de ruas com pedras. O curso contou com 60 horas de aulas práticas e teóricas, entre os dias 15 e 24 de setembro.
O objetivo é formar mão de obra qualificada para atender à crescente demanda da construção civil e, especialmente, nas obras de expansão das redes de esgotamento sanitário.
Segundo o diretor de engenharia da Corsan, Breno Coutinho, a ideia nasceu de uma necessidade verificada junto a fornecedores da Companhia.
“Um parceiro nos procurou afirmando que estava com dificuldade para encontrar profissionais para executar o serviço de calçamento em locais onde são feitas obras. A gente sabe que isso é uma realidade. E nós queremos contratar pessoas que vivem nas cidades onde atuamos, capacitando essas pessoas”, destacou.
A partir da demanda, a Academia Aegea estruturou o projeto em conjunto com equipes da Engenharia e do EHS. “Entendemos que o problema não está 100% resolvido, mas este é um primeiro passo para enfrentar essa questão”, acrescentou Coutinho.
De acordo com Deivid Ramos, analista da Academia Aegea, a formação de calceteiros representa um marco para o setor.
“Essa é uma profissão em que a mão de obra se tornou muito escassa. Com a expansão das redes de água e esgoto para atender ao marco legal do saneamento, encontramos um gargalo na falta de profissionais capacitados para concluir as pavimentações. Culturalmente, é um ofício passado de pai para filho, mas essa tradição se perdeu em muitas famílias. Precisamos formar novos profissionais para garantir a entrega completa das obras”, explicou.
Contratações
A primeira turma iniciou com 20 alunos e formou 16 profissionais. Agora, os formandos serão avaliados em sua inserção nas empresas terceirizadas parceiras da Corsan. “Alguns já atuam nessas companhias, outros poderão ser encaminhados para contratação. Vamos acompanhar o desempenho deles para verificar a efetividade do projeto e, a partir disso, abrir novas turmas em outras regiões do Estado”, completou Ramos.
Entre os formandos, está Wesley Jeantel, 40 anos, natural do Haiti e morador de Rio Grande. Funcionário de uma empresa parceira da Corsan, ele já trabalhava como calceteiro, mas destacou a importância de ter uma formação técnica formal.
“Apesar de eu já conhecer a profissão, com esse curso aprendi questões mais técnicas que não sabia. Para mim, foi ótimo, vai me ajudar muito daqui pra frente”, afirmou.
Com o Projeto Pé no Chão, a Corsan e o Senai reforçam o compromisso de qualificar mão de obra local, gerar oportunidades e contribuir para o avanço da infraestrutura urbana no Rio Grande do Sul.
